05 mudanças que todo casal deve enfrentar pra ter um casamento feliz

O problema do casamento são as diferenças de expectativas: a mulher acha que o homem vai mudar após o casamento, enquanto que o homem acha que a mulher não vai mudar após o casamento”


A vida a dois é diferente da vida de solteiro. Quem tarda em compreender isto, demora a fazer os ajustes necessários e enfrenta problemas que poderiam ser facilmente evitados.
As mudanças radicais movidas pelo casamento exigem humildade e serenidade para que o período de transição seja frutífero e prazeroso. Quem não está disposto a se submeter de modo aceitar essas mudanças não deve se arriscar a um casamento.


Veja abaixo 05 das principais mudanças que todo casal deve enfrentar.

1- Deixar o útero do lar dos pais para nascer como marido e esposa em um novo lar.

Toda separação, seja qual for sua natureza, implica dor. A separação envolve o rompimento de laços afetivos intensos, confortos e carinhos agradáveis, a perda da proteção e a consequente superexposição repentina.  O “deixar” o útero do lar dos pais exige paciência, compreensão, uma disposição vigorosa. Do contrário, será um parto abortivo: a pessoa nem deixa a casa dos pais nem nasce como marido ou esposa no outro lar.
“Deixar” implica, portanto, dor − tanto para quem sai, como para os que ficam. No entanto, é necessário haver essa mudança. Veja as palavras de Jesus que sustentam a minha afirmação sobre essa primeira mudança:
Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. (Mateus 19.5)
Esse “deixar o útero do lar” é traumático, repito, pois uma vez que o novo pacto é indissolúvel aos olhos de Deus, não devemos esperar retorno. Aliás, a bem da verdade, é uma grande distorção da realidade imaginar que, casando-se, alguém perderá a família de origem. Não estou me contradizendo. Explico.


Há moças e rapazes que temem não poderem mais usufruir as regalias da casa dos pais. No entanto, é preciso separar bem as coisas. Quando nos casamos, nossos pais não se tornam nossos inimigos. Nossos principais laços relacionais estavam tecidos com a casa paterna, porém, uma vez casados, fazemos um novo nó.
Eles não devem contar com a intromissão dos pais na solução dos seus problemas: rompem com a família no sentido de que, de agora em diante, é nova vida, novo lar. No entanto, o carinho, o afeto, a atenção de seus pais estarão sempre à disposição.
Um conselho, portanto, para os novos casais: saibam separar as coisas sem separar as pessoas.








2- Assumir a família do outro como parte da nova história que escreverão.

Todo marido deveria dizer para a futura esposa e esposa ao seu futuro marido algo assim:
“A tua família será a minha família. Os teus irmãos serão os meus irmãos. Os teus pais serão os meus pais.”
 Esta frase é paráfrase da resposta de Rute para Noemi (Rute 1.16).

O casamento necessariamente aproxima duas famílias inteiras, com tudo o que elas têm a acrescentar (quer coisas boas, quer coisas ruins!). Casou? Leve o pacote todo.

Por que? Porque não existe “ex-mãe”, não existe “ex-pai”, não existe “ex-irmão”. Uma vez pai, mãe ou irmão, para sempre pai, mãe ou irmão. Como disse na Primeira Mudança, separamos as coisas, as responsabilidades, os deveres e obrigações, mas não podemos “desfiliar” uma moça de suas origens nem podemos “desfiliar” um rapaz de seus familiares.

Por mais que se saiba (e deva) separar determinados aspectos, sempre haverá o relacionamento familiar presente. Não podemos ser indiferentes às demandas do nosso cônjuge. Imagine se a sua sogra adoecer e o seu cônjuge, naturalmente, entristecer-se e preocupar-se. Não faz sentido você tomar atitudes que demonstrem total falta de sensibilidade. É preciso ocupar-se do caso, oferecer ajuda, dispor-se a participar.

Dizer para o nosso cônjuge que nós o amamos, mas não queremos os pais dele ou dela por perto, é uma estupidez sem tamanho. Se a minha esposa disser para mim “Meu bem, eu te amo. Mas não suporto sua mãe e não a quero por perto; se ela morrer, não fará falta”, devo imaginar que ela não me ama, porque quem ama, trata com dignidade e respeito as pessoas que são importantes para a pessoa amada.

Deixo uma reflexão para você: um dia você será sogro ou sogra. E como a lei bíblica da semeadura não falha, o que você plantar hoje será colhido por você amanhã.



3- O casamento implica dividir a vida com a pessoa amada.

Essa terceira mudança incomoda porque o casamento nos impõe dividir a nossa vidazinha particular e exclusiva com outra pessoa, e respeitar as suas diferenças.
- Temos que dividir a cama.
- Temos que dividir o quarto.
- Temos que dividir o banheiro.
- Temos que dividir o dinheiro.
- Temos que dividir a mesa.
- Temos que dividir o tempo.
O casamento implica dividir a vida com outro.
 Paradoxalmente: eu deixo pai e mãe para unir-me à pessoa amada e, em seguida, devo dividir as coisas! Não deveria somar? Não, a união matrimonial divide!
O casamento muda até mesmo a utilização dos pronomes.
Casou? Agora não existe mais o pronome possessivo singular “meu”: é usado o coletivo “nosso”.

- Já não cabe mais dizer “meu carro”; agora é “nosso carro”.
- Já não cabe mais dizer “meu dinheiro”; agora é “nosso dinheiro”.
- Já não cabe mais dizer “minha casa”; agora é a “nossa casa”.
- Já não cabe mais dizer é o “teu filho”; agora é “nosso filho”.

São “nossas batalhas”, “nossas tristezas”, “nossas alegrias”.

Não resista a abrir-se para essa realidade sobre o pacto de casamento. A felicidade na vida a dois depende diretamente da rapidez e da forma de assimilação dessa mudança, presente em todas as uniões. Àqueles que encontram dificuldades para admiti-la retardam diversas outras bênçãos, alegrias e o próprio amadurecimento que ela proporciona. Ajuste-se ao seu cônjuge o quanto antes e aprenda a dividir a carga, o dia a dia, os projetos.

Lembre-se que não se divide apenas o que é ruim – as coisas boas estão inclusas e você terá com quem dividir as suas alegrias e vitórias também.

Casar é deixar a independência ou dependência e assumir a interdependência.


4- Devo viver para fazer o outro feliz.

Das muitas mudanças promovidas pelo casamento, esta talvez seja a mais empolgante.
O casamento é uma missão, e essa missão é viver para fazer o outro feliz.
Parte do seu projeto de vida, agora, é esforçar-se para que a felicidade seja uma realidade plena na vida de outra pessoa. Isso tem implicações? Sim, implica renúncia da sua parte, implica abrir mão, ceder. E como você pode notar, relaciona-se com as mudanças anteriores. Perceba que é uma cadeia de acontecimentos, de modo que queimar ou pular etapas pode comprometer todo o projeto.
Siga, portanto, as mudanças e as mudanças farão com que os bons resultados sigam você e seu lar.
Vejamos na Bíblia uma base para esta afirmação. Leia o que está em Deuteronômio 24.6:
“O homem recém-casado não sairá à guerra. Por um ano ficará livre em sua casa, promovendo felicidade a mulher que tomou.”

O amor real tem essa característica de que poucas pessoas se dão conta: à medida que cuidamos em fazer o próximo feliz, nós é que somos recompensados. Quando estou empenhado em tornar feliz a vida da pessoa amada, esse amor semeado é colhido também por mim.
Quem não vive para fazer o cônjuge feliz, nunca será feliz.
 Isso porque parte do projeto matrimonial previsto por Deus para você não está sendo considerado nem buscado e, consequentemente, não está sendo realizado. Deus quer casais e famílias felizes e por isso incumbiu-nos de cuidar da felicidade uns dos outros.

Veja como Paulo explica isso:
-O homem que não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor, em como agradar ao Senhor. Mas o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua mulher [...]
-A mulher não casada como a virgem preocupam-se com as coisas do Senhor, para serem santas no corpo e no espírito. Mas a casada preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar seu marido. Estou dizendo isso para o próprio bem de vocês [...]. (1Corintios 7.32-35)
Se um irmão disser para mim: “Eu sou feliz” – mas deixou a esposa chorando, com o coração ressentido por causa da sua indiferença – essa felicidade não é segundo Deus.


5- Sair da independência para a interdependência.
Quando toco neste ponto vem à minha mente uma chave para entendê-lo em poucas palavras: prestação de contas.  Prestar contas é levantar um muro de proteção em torno do coração, da mente, da vida.
O casamento em que não se cultiva o hábito de prestar contas fica vulnerável. E essa vulnerabilidade ocorre diante daquele que é o nosso principal adversário: o Diabo.

Maridos devem prestar contas à esposa. Esposas devem prestar contas ao marido. O casamento implica prestação de contas e penso que todo aquele que se dispõe a unir-se em casamento precisa, irremediavelmente, refletir sobre esta questão, pois ela é fundamental na consolidação de uma união do tipo “uma só carne”.


Ignorar a interdependência é a mesma coisa que não se unir em uma só carne com seu cônjuge e ataca frontalmente o princípio divino para o casamento. Decorre daí que não é possível esperar bons frutos, nem longevidade, nem felicidade, nem bênçãos, pois o Senhor não abençoa nem faz prosperar uma união na qual não há união! Pode soar estranha essa última afirmação, mas a falta de interdependência é o diagnóstico da ausência de união e unidade.
Casais que não praticam a interdependência não se uniram ainda. Em outras palavras, ainda não desfrutam o que chamamos de casamento.

Podem ter feito uma bela cerimônia, podem ter gasto dinheiro com uma festa requintada, podem ter feito a viagem dos sonhos, podem ter gasto uma fortuna na montagem e decoração de uma casa ou apartamento, mas não uniram o principal: a sua alma, a sua devoção pela pessoa amada. Eles não se deram por inteiro, pois ainda guardam reservas particulares, escondem nos recônditos do seu coração suas fantasias, nutrem um desejo pelo privado e todas essas coisas são nocivas à saúde de um lar.


Essas são algumas das mudanças pontuais que devem ocorrer em um pacto, mudanças que preparam o ambiente no lar para a composição de uma boa história de amor que valha a pena ser contada aos quatro cantos.

Autor: Pr. Josué Gonçalves

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